No Brasil, em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê.

A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência.

O que é a depressão pós parto?

A depressão pós-parto é um transtorno de humor que pode afetar as mulheres após o parto. Não tem uma causa única, mas provavelmente resulta de uma combinação de fatores físicos e emocionais.

Sendo assim, é uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto. Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto.

O que é a psicose pós-parto?

A psicose pós-parto é a condição grave mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:

  • Desconexão com o bebê e pessoas ao redor.
  • Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo.
  • Pensamento confuso e desorganizado.
  • Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao o bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa.
  • Mudanças drásticas de humor e comportamento.
  • Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas.
  • Pensamentos delirantes e irreais.

Quais são as causas?

Não existe uma única causa conhecida para depressão pós-parto. Ela pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais. No entanto, a principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez.

Outros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão pós-parto:

  • Privação de sono.
  • Isolamento.
  • Alimentação inadequada.
  • Sedentarismo.
  • Falta de apoio do parceiro.
  • Falta de apoio da família.
  • Depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais.
  • Vício em crack, álcool ou outras drogas.

No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre as causas do problema.

Quais são os sintomas?

Os sintomas típicos da depressão pós-parto são melancolia intensa/desmedida, desmotivação profunda diante da vida, ausência de forças para lidar com a rotina e muita tristeza, acompanhada de desespero constante.

Além disso, se você apresentar os sinais abaixo também pode estar com depressão pós-parto:

  • Perda de interesse ou prazer em atividades diárias.
  • Perda de interesse ou prazer em atividades/coisas/pessoas que antes gostava.
  • Pensamento na morte ou suicídio.
  • Vontade súbita de prejudicar ou fazer mal ao bebê.
  • Perda ou ganha de peso.
  • Vontade de comer mais ou menos do que o habitual.
  • Dormir muito ou não dormir o suficiente.
  • Insônia.
  • Inquietação e indisposição constante.
  • Cansaço extremo.
  • Sentimento de indignação ou culpa.
  • Dificuldade de concentração e tomada de decisões.
  • Ansiedade e excesso de preocupação.

Quais são as complicações possíveis?

Se não for tratada, a depressão pós-parto pode interferir com o vínculo mãe-filho e causar problemas familiares. Filhos de mães que têm depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter problemas de comportamento, como dificuldades para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os atrasos no desenvolvimento da linguagem são mais comuns também.

Depressão pós-parto não tratada pode durar meses ou mais, por vezes tornar-se um distúrbio depressivo crônico. Mesmo quando tratada, depressão pós-parto aumenta o risco de futuros episódios depressivos.

Quando procurar um especialista?

Se você está sentindo-se deprimida após o nascimento do seu bebê, você pode estar relutante ou envergonhada para admitir isso. Porém, é importante falar com um médico caso a mãe ou familiar observar algum sintoma de depressão pós-parto.

Agende uma consulta, informe-se e procure a ajuda de um profissional especializado. Um psiquiatra ou um psicólogo podem ajudar a nova mãe e lidar com os sintomas. Se forem observados sinais que sugiram um quadro de psicose pós-parto, é fundamental obter ajuda imediata.

Como prevenir a depressão pós-parto?

A melhor forma de prevenir a depressão pós-parto é cuidado de si mesma e da saúde mental. Entre as condutas a serem tomadas estão:

  • Peça ajuda de outras pessoas para que você consiga dormir bem, manter uma alimentação saudável, fazer exercício físico e receber apoio na medida do possível.
  • Arranje tempo de qualidade para si mesma(o).
  • Mantenha pensamentos positivos, sempre!
  • Evite o isolamento.
  • Fique longe de cafeína, álcool e outras drogas ou medicamentos, a menos que recomendado pelo seu médico.
  • Se você está preocupado com a depressão pós-parto, faça seu primeiro check-up pós-natal o mais breve possível após o parto.

Recomendações médicas

Ainda que você não tenha outros sintomas além da tristeza ou indisposição, é importante buscar ajuda médica e conversar sobre os benefícios que um tratamento poderia trazer. Quanto mais cedo você começar o tratamento, melhor será a sua chance de uma recuperação rápida e completa.

Se você está se sentindo deprimido após o nascimento do seu bebê, você pode estar relutante ou vergonha de admitir isso. Mas é importante chamar o seu médico se os sinais e sintomas de depressão piorarem e prejudicarem suas atividades.

Para pessoas que tem sintomas de psicose pós-parto, deve ser tratada como uma emergência que requer tratamento médico imediato. Se você ou sua parceira tiver quaisquer sintomas psicóticos, procure ajuda de emergência imediatamente.

Especialistas que podem diagnosticar uma depressão pós-parto são:

  • Psicólogo;
  • Psiquiatra;
  • Endocrinologista;
  • Ginecologista e Obstetra.

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