Uma rara doença inflamatória em crianças conhecida como Síndrome de Kawasaki, vem sendo associada ao coronavírus e já foi observada em países como Reino Unido, França, Estados Unidos e Itália.

A doença de Kawasaki é uma importante doença exantemática e, também, uma importante causa de vasculite na infância. É uma vasculite que acomete artérias de médio calibre e tem como sinônimo síndrome do linfonodo mucocutânea.

É geralmente autolimitada mesmo na ausência de tratamento, durando em média 12 dias, mas que pode originar consequências sérias para o individuo, principalmente quando não é precocemente identificada e instituído o tratamento.

É mais comum em crianças do sexo masculino na faixa etária abaixo dos 5 anos. É incomum antes dos 6 meses e após os 5 anos, tendo geralmente um quadro clínico mais dramático. Além disso uma doença com incidência sazonal, sendo mais frequente no período do inverno e primavera.

Os especialistas não sabem por que a síndrome só ocorre em crianças, nem por que acomete algumas e poupa outras. Um grande estudo do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA está no início e vai acompanhar 6 mil crianças para tentar chegar a algumas respostas.

Quais são as causas?

A causa da doença de Kawasaki ainda é desconhecida. A principal suspeita é que seja causado por um agente infeccioso não identificado, uma vez que os sinais e sintomas são parecidos com aqueles de algumas doenças virais. Além disso, há o fato de que ela ocorre em surtos e é mais frequente no inverno. A constatação de que crianças com menos de seis meses são raramente acometidas pela doença sugere que, durante a amamentação, a passagem de anticorpos maternos fortaleça a imunidade dos bebês.

Sinais e sintomas

Podemos registrar três fases clínicas distintas da doença de Kawasaki. Inicialmente, os sinais e sintomas são:

  • Febre alta (perto de 40º C), por mais de 5 dias;
  • Vermelhidão do tronco e da região genital;
  • Olhos vermelhos;
  • Lábios rachados;
  • Língua inchada e vermelha;
  • Dor de garganta;
  • Aparecimento de linfonodos inflamados (ínguas ou gânglios), principalmente na região do pescoço, podem ocorrer nessa primeira fase da doença.

 A segunda fase é marcada por descamação dos pés e das mãos, dores nas juntas, diarreia, dor abdominal e vômitos. Na terceira fase, os sintomas regridem lentamente até a recuperação.

Uma em cada cinco crianças pode apresentar complicações cardíacas, mas menos da metade terá lesões permanentes. Entre elas, destacam-se:

  • Miocardite (inflamação do coração);
  • Cardiomegalia (aumento do coração);
  • Arritmias (alteração no ritmo cardíaco);
  • Inflamação das artérias coronárias (que suprem o coração de sangue).

Muitas dessas crianças acabaram sendo testadas para coronavírus, seja por meio de um teste de PCR, que confirma uma infecção ativa, ou por meio de exames de sangue que buscam anticorpos contra o vírus. Muitos resultados foram positivos. Quando médicos e organizações inicialmente soaram o alarme para que outros médicos ficassem atentos a esses sintomas, eles frequentemente fizeram alusão a Kawasaki.

Prognóstico

Algumas crianças com Kawasaki podem desenvolver choque e precisam de terapia intensiva. Sem tratamento, a mortalidade pode alcançar 1%.  Febre de longa duração aumenta o risco cardíaco. O tratamento eficaz reduz os sintomas agudos e, mais importante, diminui a incidência de aneurismas arteriais.

Recomendações

 Procure assistência médica se a criança apresentar febre alta, por mais de 3 dias. Além disso, mantenha o tratamento prescrito pelo médico, mesmo após a recuperação. Lembre-se de que o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são fundamentais para evitar as complicações da doença.

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