Com a ameaça do Coronavírus, a campanha de vacinação da gripe foi antecipada. Saiba quem pode tomar o imunizante contra o influenza na rede pública.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, decidiu antecipar a vacinação contra gripe deste ano para cerca de 3,5 milhões de paulistas. As primeiras doses da vacina deste ano, serão encaminhadas aos profissionais de saúde de hospitais públicos e privados da capital e Grande São Paulo no dia 23 de março.

Para as demais cidades do estado, a campanha de vacinação deve seguir o calendário do Ministério da Saúde, com início previsto para o dia 30 de abril.

A antecipação da vacina deixará o sistema imunológico 80% protegido contra cepas do vírus influenza, milhares de vezes mais comuns que o Coronavírus. Lembrando que, essa antecipação é muito importante para os profissionais de saúde também, pois eles terão contato direto com um grande número de pessoas que podem estar com o vírus. Já em relação aos idosos, crianças e gestantes, a importância se deve pela relação mais direta com os casos mais graves da doença.

Só para este ano (2020), o Ministério da Saúde encomendou ao Instituto Butantan (órgão responsável por fabricar as vacinas), mais de 75 milhões de doses. A meta é proteger ao menos 67 milhões de brasileiros.

É IMPORTANTE ENTENDER QUE…

A vacina da gripe não diminui o risco de contágio por Coronavírus. Mas, ao proteger a população mais vulnerável, a injeção evita que o influenza sobrecarregue o sistema respiratório. E sabe-se que, o Coronavírus tende a provocar complicações entre quem está enfraquecido por uma doença ou carrega outros agentes infecciosos no corpo.

MAS AFINAL, O QUE É A GRIPE H1N1?

​​O subtipo do ​​vírus influenza A H1N1, é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus da gripe aviária, do vírus da gripe suína e do vírus humano da gripe. Sua forma de transmissão se dá de uma pessoa para outra pelo contato com secreções respiratórias, partículas de saliva, tosse ou espirro. E, de acordo com o OMS, também é possível a transmissão pelo contato com superfícies contaminadas.​​

Os sintomas são semelhantes aos da gripe comum, e se apresentam como febre repentina (acima de 38°C), dor de garganta, associado a dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, coriza e falta de apetite. Sintomas respiratórios como tosse e piora da asma para asmáticos, também são comuns. Algumas pessoas também podem apresentar diarreia e vômitos.

É recomendado que os pacientes que apresentarem sintomas que envolvam secreções nasais, tosse ou espirro,  recebam máscara cirúrgica com o intuito de evitar a transmissão do vírus. Os adultos podem transmitir a doença no período de sete dias após o aparecimento dos sintomas. Nas crianças, este período vai de dois dias antes até 14 dias após aparecerem os sintomas.

QUAL A FORMA DE PREVENÇÃO DA GRIPE?

A melhor forma de prevenir é recebendo a vacina contra a gripe H1N1. Porém, cuidados de higiene também são importantes, como:
• Lave bem as mãos com água e sabão e utiliza álcool gel com frequência.
• Evite colocar as mãos nos olhos, boca e nariz após contato com superfícies.
• Não compartilhe objetos de uso pessoal.
• Cubra a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
• Evite locais fechados e com muitas pessoas presentes.
• Evite beber água em bebedouros públicos. Utilize copo ou garrafa plástica de uso pessoal.

QUEM PODE TOMAR A VACINA DA GRIPE EM 2020?

Houve um acréscimo relevante no público-alvo prioritário da vacinação: a partir desse ano, adultos de 55 a 59 anos também terão direito a receber uma dose nos postos de saúde de todo o Brasil. Antes, o imunizante era oferecido dos 60 em diante.

Abaixo, você confere a lista completa de indivíduos que podem e devem se proteger gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS:

  • Idosos com mais de 60 anos
  • Adultos com 55 a 59 anos
  • Crianças de 6 meses a 6 anos incompletos (5 anos, 11 meses e 29 dias)
  • Gestantes
  • Puérperas (mulheres que tiveram um filho nos últimos 45 dias)
  • Trabalhadores da área de saúde
  • Professores de escolas públicas e privadas
  • Povos indígenas
  • Portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que estão sob medidas socioeducativas
  • População privada de liberdade
  • Funcionários do sistema prisional
  • Profissionais de forças de segurança e salvamento (policiais e bombeiros, por exemplo)

QUAIS DOENÇAS CRÔNICAS CREDENCIAM VOCÊ A TOMAR A VACINA CONTRA A GRIPE?

  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Doenças respiratórias crônicas;
  • Doenças cardíacas crônicas;
  • Doenças neurológicas crônicas;
  • Doenças hepáticas crônicas;
  • Transplantes (órgãos sólidos e medula óssea);
  • Doenças renais crônicas (paciente em diálise, síndrome nefrótica…);
  • Imunossupressão (indivíduos que estão com o sistema imune abalado por doenças ou medicamentos);
  • Trissomias.

A vacina traz benefícios para todo mundo a partir dos 6 meses de vida. Porém, o governo informa que é impossível garantir o acesso gratuito a toda a população brasileira. Desse modo, o Ministério da Saúde elege grupos vulneráveis ou que costumam desenvolver complicações mais severas à infecção pelo influenza.

Outro critério utilizado reflete condições específicas: indivíduos privados de liberdade, por exemplo, ficam em locais fechados, onde a transmissão do vírus é mais fácil. Professores, por sua vez, entram em contato com muita gente todos os dias, portanto, passam a doença com rapidez.

Quem não faz parte de nenhum dos grupos da campanha, pode buscar a vacina em clínicas privadas por conta própria ou com a orientação de um médico. O preço fica entre 100 e 200 reais, em média. Algumas empresas também oferecem o imunizante.

A VACINA TEM CONTRAINDICAÇÃO? 

De forma geral, não.  A picada da agulha provoca, no máximo, vermelhidão, coceira e uma leve dor no local.

Não caia naquela história de que a vacina provoca gripe. Isso é pura ladainha. Os estudos mostram que o imunizante oferece uma boa proteção contra o vírus influenza e, muitas vezes, evita complicações nos grupos mais vulneráveis.

Mas então por que há pessoas que, após a picada, manifestam sintomas da enfermidade?

Em primeiro lugar, há a possibilidade de falha vacinal, quando a pessoa toma a dose, mas por algum motivo não gera anticorpos contra o influenza. Isso é incomum, porém eventualmente acontece. Nesse cenário, o indivíduo, mesmo vacinado, segue sem proteção contra a gripe (e pode pegá-la ao entrar em contato com alguém infectado).

Além disso, essa estratégia não funciona para outros causadores de infecções respiratórias comuns, como o resfriado. Lembrando que a vacina demora alguns dias para resguardar o organismo. Se o vírus invade o corpo nessa janela de tempo, a gripe pode se instalar pelo fato de o sistema imune não estar 100% preparado para promover um contra-ataque efetivo.

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