Além dos sintomas já conhecidos, como falta de ar, coriza, febre baixa e dor de garganta, os infectados pelo novo coronavírus apresentaram novos sintomas durante o atendimento em hospitais. Perda de olfato e paladar e quadros de diarreia podem ser os novos sinais de alerta.

O CORONAVÍRUS

O Coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. Atualmente, seu nome está sendo associado à pandemia de Covid-19, doença causada por uma nova espécie de coronavírus que provoca um tipo de pneumonia e que ainda não havia sido identificada em humanos.

Alguns tipos conhecidos de coronavírus estão relacionados à doenças respiratórias leves e moderadas, parecidas com uma gripe comum, com sintomas como tosse, febre e falta de ar. Porém, outras cepas do vírus podem causar quadros mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

As doenças causadas por coronavírus afetam, principalmente, o sistema respiratório. Desse modo, a manifestação delas inclui geralmente: tosse, dificuldade respiratória, falta de ar e febre. Nas síndromes respiratórias mais graves, o indivíduo pode desenvolver insuficiência renal até mesmo morrer. Vale destacar que as doenças causadas por coronavírus não apresentam tratamento específico, sendo tratados apenas os seus sintomas.

OS NOVOS SINTOMAS

Desde o primeiro caso notificado na atual pandemia de coronavírus, em dezembro, na China, os principais sintomas atribuídos à doença covid-19 são tosse seca persistente, febre e cansaço. No entanto, ao longo dos meses e com a rápida propagação do vírus, que já atingiu mais de 3 milhões de pessoas, surgiram diversos outros sinais associados à enfermidade.

Em razão das observações feitas por médicos de diversos países e de um número elevado de estudos internacionais recentes (a maioria ainda sem revisão crítica de pares acadêmicos), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos decidiu incluir seis novos sintomas na lista que se atribui à covid-19.

Além dos conhecidos tosse, febre e fadiga, o CDC apontou:

  • tremores e calafrios que não somem
  • dor muscular
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • perda recente de olfato ou paladar

Esses sintomas, não necessariamente todos, mas uma combinação deles, podem se manifestar entre 2 e 14 dias depois de a pessoa contrair o vírus, afirmou o CDC.

Aumentar essa lista de sinais, dizem especialistas, servirá para determinar quais pessoas precisam ser testadas para identificar se têm ou não o vírus, e também para entender melhor quando alguém deve se isolar por suspeita de infecção da covid-19.

Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não fez mudanças em sua lista de sintomas. A instituição destaca que febre, tosse seca e fadiga são as principais formas em que a enfermidade se manifesta, e alguns pacientes podem desenvolver também dores no corpo, congestão nasal, dor de garganta ou diarreia.

O site da OMS acrescenta que esses sintomas são geralmente leves e se desenvolvem de forma gradual. Embora a descrição dos sintomas seja diferente entre a OMS e o CDC americano, ambas concordam em quando procurar ajuda médica de emergência.

E SE OS SINTOMAS PERSISTIREM?

A recomendação do Ministério da Saúde é que qualquer um que apresente sintomas de gripe fique em isolamento domiciliar por 14 dias e só procure o hospital se o quadro piorar, se houver dificuldade de respirar.

Lá, os médicos vão auscultá-lo, checar sua oxigenação sanguínea, para avaliar se ela está dentro dos parâmetros de normalidade, e eventualmente fazer uma tomografia dos pulmões, para avaliar se há algum tipo de comprometimento. Dependendo do resultado, se confirmado um quadro de pneumonia, por exemplo, os médicos podem optar pela internação.

O ideal, para quem apresenta sintomas leves, é tentar administrá-los em casa, repousando, tomando bastante líquido. Procure as unidades básicas se não tiver alívio dos sintomas. Caso o diagnóstico de covid-19 for confirmado, o Ministério da Saúde orienta que o paciente deve ser isolado dos demais moradores da casa.

O ideal é que a família tome todas as precauções para evitar que outras pessoas que dividem o mesmo espaço fiquem doentes. Assim, a pessoa com sintomas deve transitar pelos espaços compartilhados de máscara e evitar partilhar utensílios domésticos, como: talheres, copos, toalha, cadeiras. Ainda, deveria dormir em um quarto separado, com boa ventilação e que mantenha a porta fechada.

Entretanto, para milhões de brasileiros, não é algo simples seguir essas recomendações, seja porque dividem o imóvel com muitos parentes ou porque vivem em uma casa de um cômodo só. Por isso, as medidas de prevenção se tornam ainda mais importantes: lavar as mãos com frequência, evitar levá-las aos olhos, nariz e boca, usar o álcool gel para higienizar as mãos quando não for possível lavá-las e manter as superfícies da casa limpas.

Na maioria dos casos, o corpo consegue lutar contra o novo coronavírus, e a recuperação acontece sem a necessidade de tratamento específico.

ANTIBIÓTICO TRATA O CORONAVÍRUS?

Os antibióticos possuem atividade apenas contra bactérias e alguns fungos e parasitas, não tendo efeito sobre os vírus. Além disso, quando se faz uso de antibióticos sem a recomendação médica, pode haver favorecimento da resistência microbiana a antibióticos, além da diminuição da atividade do sistema imune, favorecendo a ocorrência de outras doenças.

O tratamento para a COVID-19 é feito com medidas de suporte, como hidratação, repouso e alimentação adequada, devendo ser feita em isolamento para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas. Até o momento não foram identificados antivirais que tivessem ação contra o novo tipo de coronavírus, no entanto estudos têm sido desenvolvidos com o objetivo de identificar medicamentos que tenham ação contra a COVID-19.

TEMPERATURAS ALTAS MATAM O VÍRUS?

Até o momento não há informações que indiquem qual a temperatura mais adequada para impedir o espalhamento e desenvolvimento do vírus. No entanto, o novo coronavírus já foi identificado em vários países com climas e temperaturas diferentes, o que indica que o vírus pode não sofrer interferência desses fatores.

Além disso, a temperatura do corpo é normalmente entre 36ºC e 37ºC, independentemente da temperatura da água que se toma banho ou da temperatura do ambiente em que se vive, e como o novo coronavírus está relacionado com uma série de sintomas, é sinal de que consegue desenvolver-se naturalmente no corpo humano, que possui temperaturas mais altas.

As doenças causadas por vírus, como gripes e resfriados, acontecem com mais frequência durante o inverno, já que as pessoas costumam ficar mais tempo em ambientes fechados, com pouca circulação de ar e com muitas pessoas, o que facilita a transmissão do vírus entre a população. Porém, como a COVID-19 já foi notificada em países em que é verão, acredita-se que a ocorrência desse vírus não tenha relação com a temperatura mais alta do ambiente, podendo também ser facilmente transmitida entre as pessoas.

RECOMENDAÇÕES

  • Lave bem as mãos e com frequência, usando álcool em gel ou água e sabão.
    Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel mata os vírus que podem estar nas suas mãos.

 

  • Mantenha uma distância mínima de 1 metro entre você e qualquer pessoa que tosse ou espirra.
    Quando alguém tosse ou espirra, gotas de fluido que podem conter o vírus são liberadas pelo nariz ou pela boca. Se você estiver muito perto, pode respirar as gotículas e, com elas, o vírus COVID-19.

 

  • Evite tocar nos olhos, nariz e boca.
    As mãos tocam muitas superfícies e podem “pegar” vírus. Uma vez contaminadas, as mãos podem transferir o vírus para os olhos, nariz ou boca. A partir daí o vírus pode entrar no seu corpo e causar doenças.

 

  • Você e as pessoas ao seu redor devem manter uma boa higiene das vias aéreas. Isso significa cobrir a boca e o nariz com o cotovelo dobrado ou com um lenço de papel quando tossir ou espirrar. O lenço usado deve ser descartado imediatamente.

 

  • Fique em casa se não estiver bem. Se você tiver febre, tosse e falta de ar, procure atendimento médico e ligue com antecedência para o posto de saúde, UPA ou pronto-socorro.

 

  • Mantenha-se informado sobre as últimas notícias sobre a COVID-19 em canais oficiais e siga as orientações sobre como se proteger e a outras pessoas da COVID-19.

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