O transtorno bipolar é marcado pela alternância entre episódios de depressão e de euforia. Essa doença atinge cerca de 4% das pessoas em idade adulta. Assim, o número de pessoas diagnosticadas com este quadro pode chegar a 6 milhões de pessoas no Brasil.
O que é?
O transtorno bipolar é uma doença que causa alterações no comportamento e leva uma pessoa a oscilar entre momentos de felicidade e depressão repentinamente.
As chamadas “oscilações de humor” significam alternâncias entre a mania (estado eufórico) para um estado depressivo. A frequência é variada, assim como a intensidade do quadro que pode ser leve, moderada ou grave.
Existem quatro tipos básicos de transtorno bipolar. Todos eles envolvem mudanças claras no humor, na energia e nos níveis de atividade.
Esses estados de humor variam de períodos de comportamento extremamente “ascendente”, exaltado e energizado (conhecido como episódios maníacos) a períodos muito tristes, “baixos” ou sem esperança (conhecidos como episódios depressivos). Os períodos maníacos menos severos são conhecidos como episódios hipomaníacos.
Quais são os tipos de transtorno bipolar?
- Transtorno Bipolar I: Definido por episódios maníacos que duram pelo menos 7 dias, ou por sintomas maníacos que são tão graves que a pessoa precisa de cuidados hospitalares imediatos. Geralmente, episódios depressivos ocorrem também, tipicamente durando pelo menos 2 semanas. Episódios de depressão com características mistas (com depressão e sintomas maníacos ao mesmo tempo) também são possíveis.
- Transtorno Bipolar II: Definido por um padrão de episódios depressivos e episódios hipomaníacos, mas não os episódios maníacos desenvolvidos acima.
- Desordem Ciclotímica: Definida por numerosos períodos de sintomas hipomaníacos, bem como inúmeros períodos de sintomas depressivos de pelo menos 2 anos (1 ano em crianças e adolescentes). No entanto, os sintomas não atendem aos requisitos diagnósticos para um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo.
Quais são os sintomas?
Os sintomas vão depender do tipo exato da doença e costumam variar de pessoa para pessoa.
Para alguns, os picos de depressão são os que causam os maiores problemas. Para outros, a preocupação é maior durante os picos de mania. Pode acontecer, também, de sintomas de depressão e hipomania acontecerem ao mesmo tempo. Veja:
1) Sintomas do Transtorno Bipolar na fase maníaca:
- Distrair-se facilmente;
- Redução da necessidade de sono;
- Capacidade de discernimento diminuída;
- Pouco controle do temperamento;
- Compulsão alimentar;
- Uso excessivo de drogas;
- Manter relações sexuais com muitos parceiros;
- Gastos excessivos;
- Hiperatividade;
- Aumento de energia;
- Pensamentos acelerados que se atropelam;
- Fala em excesso;
- Autoestima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades);
- Grande envolvimento em atividades;
- Grande agitação ou irritação.
2) Sintomas do Transtorno Bipolar na fase depressiva:
- Desânimo diário ou tristeza;
- Dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões;
- Perda de peso e perda de apetite;
- Comer excessivamente e ganho de peso;
- Fadiga ou falta de energia;
- Sentir-se inútil, sem esperança ou culpado;
- Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas;
- Baixa autoestima;
- Pensamentos sobre morte e suicídio;
- Problemas para dormir ou excesso de sono;
- Afastamento dos amigos ou das atividades que antes eram prazerosas.
É importante lembrar que, o risco de tentativas de suicídio em pessoas com transtorno bipolar é grande. Os pacientes podem abusar do álcool ou de outras substâncias, piorando os sintomas. Em alguns casos, as duas fases se sobrepõem. Os sintomas maníacos e depressivos podem ocorrer juntos ou rapidamente um após o outro. Assim, as mudanças de humor podem acontecer com mais frequência em algumas pessoas, com oscilações acontecendo de quatro a cinco vezes por ano e, em alguns casos, até mesmo várias vezes ao dia.
O que causa esse transtorno?
O transtorno bipolar não parece ter uma causa única, mas é mais provável que resulte de uma série de fatores que interagem. São eles:
- Fatores genéticos;
- Traços biológicos;
- Desequilíbrios cérebro-químicos;
- Problemas hormonais;
- Fatores ambientais;
- Abusos;
- Estresse mental.
Uma possibilidade é que algumas pessoas com uma predisposição genética para o transtorno bipolar podem não apresentar sintomas perceptíveis até que um fator ambiental desencadeie um grave balanço do humor.
Com qual idade o transtorno bipolar se manifesta?
Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos homens quanto nas mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas mais velhas. Sendo assim, ele começa tipicamente na adolescência ou início da idade adulta e continua ao longo da vida.
O transtorno bipolar tem cura?
Os medicamentos estabilizadores de humor indicados pelo médico, podem ajudar a controlar os sintomas do transtorno bipolar. Entretanto, os pacientes geralmente precisam de ajuda e apoio para tomar os medicamentos corretamente e garantir que os episódios de mania e depressão sejam tratados o mais rápido possível.
O suicídio é um risco real durante a mania e a depressão. Pessoas com transtorno bipolar que pensam ou falam sobre suicídio precisam de atendimento médico de emergência.
É possível amenizar as oscilações de comportamento?
O paciente com transtorno bipolar provavelmente vai precisar fazer muitas mudanças de estilo de vida para parar com as oscilações de comportamento. Veja algumas medidas que devem ser tomadas e que ajudarão a acelerar a recuperação e tornarão o prognóstico mais tolerável:
- Largue vícios;
- Relacione-se com pessoas positivas;
- Faça exercícios físicos regularmente;
- Durma bem.
Recomendação médica
O tratamento para transtorno bipolar costuma ser feito por diversos especialistas de várias áreas, como psicólogos, psiquiatras e neurologistas. A equipe médica, primeiramente, tenta descobrir quais são os possíveis desencadeadores da alteração de humor. Assim, quando há suspeita de transtorno bipolar, os médicos geralmente recomendam uma série de exames e testes, que poderão confirmar o diagnóstico por meio da eliminação de possíveis outras causas.
Se houver suspeita de que outras doenças possam estar causando os sintomas descritos pelo paciente, o médico deverá solicitar a realização de exames específicos, mas estes costumam depender de pessoa para pessoa.