O mel não é o único produto proveniente do trabalho das abelhas. Você sabia que elas também produzem um composto conhecido como própolis?
O Própolis, também conhecido como cola de abelha, é na verdade um tipo de material resinoso que as abelhas recolhem nos pés de flores, brotos e outras fontes de seiva.
Como o própolis surgiu?
Na rotina agitada de uma colmeia, a saúde é uma das prioridades do grupo. Por isso, as abelhas gastam boa parte da sua energia coletando resinas na vegetação ao redor, com o objetivo de produzir um poderoso remédio, o própolis.
Na colmeia, ele é utilizado no preenchimento de espaços, como falhas e rachaduras, que podem servir de entrada ao frio e também a predadores, para embalsamar insetos ou outras abelhas intrusas que porventura entrem na colmeia. Além disso, é também usado para recobrir as células que guardarão os ovos colocados pela rainha.
A própolis tem uma função muito importante na colmeia, pois ela elimina micro-organismos e outros agentes infecciosos, mantendo os favos e todo o ambiente sempre limpo. Por ano, uma colmeia pode produzir entre 100gr e 300gr de própolis.
Há seculos atrás, o ser humano notou que poderia tirar proveito do composto em nome do seu próprio bem-estar. Desde o Egito antigo, o própolis é utilizado como antisséptico, no tratamento de feridas e inclusive na conservação dos corpos. Os incas a utilizavam em situações de febre, e os legionários do Império Romano a utilizavam para curar suas feridas. Os gregos, adotaram a própolis como cicatrizante interno e externo. O famoso ritual de mumificação, aliás, guarda semelhanças com o que é praticado ainda hoje pelos enxames.
Mesmo com um histórico respeitável de uso, que lhe rendeu o posto de medicamento natural, a própolis só entrou pra valer na mira da ciência nos últimos 20 anos. Isso se deve, em parte, ao seu crescente apelo popular. O consumo mundial gira em torno de 2,3 mil toneladas por ano, de acordo com levantamento feito pela Market Research Future.
E no Brasil?
O Brasil ocupa um lugar de destaque nessa história. Somos o terceiro maior produtor da resina, atrás apenas da Rússia e da China. Aqui, a produção de própolis dura o ano inteiro. Uma vantagem e tanto, se considerarmos que, em outros climas, as abelhas só fabricam o preparado no verão e na primavera. Além disso, uma das espécies de abelha mais comuns em terras brasileiras, a Apis mellifera, é uma excelente produtora e, de quebra, super-resistente.
O Brasil também é a bola da vez devido as variedades que abriga e coloca no mercado. Ou seja, já são 13 catalogadas, divididas em três categorias até o momento. Além da clássica, de coloração marrom, existem as versões verde e vermelha. Veja a seguir:
- Própolis Verde: Aclamada pelo mercado estrangeiro, a própolis verde é típica em nosso país (Brasil) e alvo de inúmeras pesquisas. O sucesso se deve ao seu alto poder antioxidante. Além de regular o sistema imune, tem efeito antimicrobiano e anticâncer.
- Própolis Vermelha: Comum no Nordeste, é rica em componentes anti-inflamatórios, que ajudam a conter os estragos causados por micróbios. Tem se saído bem em experiências com células cancerosas. Isso já faz dela o tipo mais caro e cobiçado pelo mercado.
- Própolis Marrom: A própolis com essa tonalidade, mais presente no Sul do Brasil, é semelhante à variedade europeia. É tradicional nas farmácias, embora seja menos estudada entre as três versões aqui. Destaca-se pelas atividades antioxidante e antimicrobiana.
O própolis aumenta o sistema imunológico?
Muitos estudos feitos com a própolis comprovam sua ação antibacteriana e por esse motivo ela é classificada como um poderoso antibiótico natural. Sua grande vantagem em relação aos antibióticos comuns é que, o própolis, ao contrário dos antibióticos comuns, só destrói as bactérias prejudiciais à saúde, preservando as outras, como, por exemplo, as bactérias da flora intestinal. Outro fator muito importante, é que as bactérias não criam resistência ao própolis, como ocorre com os antibióticos sintéticos.
Estudos comprovam as diversas propriedades biológicas e terapêuticas do própolis:
- Cura várias infecções como: estomatite, amigdalite, gengivite e hemorróidas.
- Fortalece a ação imunológica pela ação de linfócitos, estimula o organismo enfraquecido e reduz efeitos colaterais de anticancerígenos e radioterapia.
- Previne e trata pneumonia crônica e bronquite infantil.
- Trata queimaduras graves e efeitos sobre doenças dermatológicas, manchas na pele além de agir sobre o sistema capilar.
- Trata doenças das vias respiratórias e urinárias.
- Age como antioxidante no organismo.
- Atua como estimulante natural das defesas orgânicas, para aqueles com fadiga e baixa imunidade.
- Age como bactericida, cicatrizante e anti-séptico.
- Possui diversas propriedades terapêuticas através dos flavonóides.
O própolis tem uma ação efetiva contra bactérias como a H. pylori e Salmonella. Além disso, ele tem o poder de combater fungos como a Candida albicans, e vírus como o do herpes e da gripe, sendo assim, muito utilizado nas épocas frias e também contra doenças respiratórias.
Além de fortalecer o sistema imunológico, o própolis combate os radicais livres, que são compostos agressivos que prejudicam o nosso organismo. Por conter uma grande quantidade de flavonoides, ele ainda se torna um excelente anti-inflamatório, e por isso pode ser utilizado para tratar e prevenir infecções como bronquite, resfrіаdo comum, infecções urіnárіаs, infecções intestinais, inchaços e úlceras gástricas. Seu uso tópico garante a rápida cicatrização de feridas e queimaduras.
Pela adição de pequenas quantidades do Própolis a sua dieta, você pode realmente aumentar a força de seu sistema imunológico devido à seus efeitos antivirais e antibacterianos. 😉
Qual a composição do Própolis?
- Resinas vegetais e bálsamos: 50%
- Cera de abelha: 30%
- Óleos essenciais: 10%
- Grãos de pólen: 5%
- Minerais: alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, magnésio, silício, titânio, bromo e zinco.
- Vitaminas: pró-vitaminas A e todas do complexo B.
- Flavonoides: Ésteres cafeinados.
Como usar o própolis?
Devido aos seus potenciais usos, você pode encontrar o própolis em várias formas em lojas de alimentos saudáveis ou obter a matéria-prima diretamente de apicultores.
Para usar o produto em gotas, o mesmo deve ser aplicado diretamente em feridas, diluído em bebidas ou aplicado na garganta. O ideal é seguir as instruções que constam na embalagem e a recomendação medica, pois a posologia e o modo de uso dependem da idade, do local e da enfermidade. Porém, o extrato de própolis pode ser usado segundo essas recomendações:
- Para cicatrização e espinhas, deve ser aplicado de 1 a 2 gotas do extrato de própolis sobre a ferida, de 4 a 5 vezes por dia.
- Em caso de problemas respiratórios, é necessário colocar algumas gotas em água fervida e fazer inalações.
- Já para dores de garganta, o ideal é adicionar de 4 a 5 gotas do extrato de própolis em uma xícara de água e usar para fazer gargarejo.
- No caso de tosse, gripe, sinusite ou amigdalite, acrescentar de 3 a 4 gotas do extrato de própolis no chá ou juntar 1 a 2 gotas em 1 colher de mel.
Observação: Antes do uso, duas gotas do extrato podem ser pingadas na pele, esperando 30 minutos, verificando a região e suspendendo o uso em caso de hipersensibilidade, coceira ou vermelhidão na pele.
Este remédio natural também pode ser usado em crianças. No entanto, é recomendado usar extratos sem álcool, uma vez que a maioria dos extratos pode conter álcool. Além disso, este remédio só deve ser utilizado durante a gravidez ou lactação, sob orientação médica, não devendo ser usado por crianças com menos de 12 anos de idade.
Recomendação:
Embora os benefícios da própolis sejam impressionantes, efeitos secundários foram relatados no passado, inclusive para aqueles que sofrem de asma e qualquer pessoa com problemas de sangramento. O própolis pode retardar a coagulação sanguínea e afetar negativamente a respiração. Se você é alérgico ao mel, produtos apícolas ou certos tipos de árvores ou sucos, não use própolis. Além disso, antes de acrescentar própolis para o seu regime de saúde, fale com um profissional médico.