Transplante de órgãos: como funciona, riscos e como ser um doador

Doar faz bem ao coração (ao seu e ao de quem precisa) ❤️

Afinal, o que é transplante de coração? 

O coração é um órgão muscular, responsável por bombear por todo o nosso corpo o sangue. Este, por sua vez, carrega nutrientes e oxigênio, sendo essencial para a sobrevivência.

Quando o coração não funciona muito bem, é possível investir em vários tratamentos, sendo o transplante a última alternativa para reverter doenças diversas.

O transplante é reservado para pessoas que têm uma das seguintes doenças, caso ela não possa ser tratada eficazmente com medicamentos ou outros tipos de cirurgia:

 

O transplante cardíaco isolado não pode ser feito se a pessoa tiver hipertensão pulmonar grave (pressão elevada nas artérias dos pulmões) que não responda ao tratamento farmacológico. Essas pessoas seriam candidatas prováveis para o transplante pulmonar-cardíaco combinado.

Quais os sintomas de insuficiência cardíaca?

  • Falta de ar;
  • Fadiga;
  • Acúmulo de líquido nas pernas e nos pés;
  • Dificuldade ou incapacidade de realizar atividades que exijam esforço físico;
  • Tosse;
  • Dificuldade para dormir devido aos problemas respiratórios;
  • Confusão mental;
  • Memória prejudicada.

Quais os fatores de risco para insuficiência cardíaca?

  • Obesidade;
  • Diabetes;
  • Tabagismo;
  • Pressão alta;
  • Histórico familiar de doenças cardíacas;
  • Cardiomiopatia (aumento do coração).

Após o diagnóstico feito pelo médico, é preciso analisar as opções de tratamento para cada caso específico, podendo ser:

  • Terapia de ressincronização cardíaca;
  • Mudança no estilo de vida;
  • Medicamentos para o coração;
  • Cirurgia cardíaca.

Como é feito o procedimento? 

A primeira pergunta feita por muitas pessoas é: o transplante de coração é perigoso? A resposta é: toda cirurgia, seja ela simples ou não, pode ser perigosa para os pacientes. Aqui, estamos falando sobre um procedimento muito complexo e que é, sim, associado a eventuais cenários ruins.

Apesar disso, as técnicas estão muito desenvolvidas e se tornou cada vez mais raro ver qualquer tipo de desfecho negativo. Se você estiver vivenciando uma possibilidade de transplante, mantenha a positividade e escolha uma equipe experiente e qualificada, que siga as diretrizes do transplante cardíaco, para participar do seu tratamento.

Veja abaixo o passo a passo da realização do transplante de coração:

  • Avaliação e seleção do paciente;
  • Colocação do paciente a ser transplantado em uma lista de espera e compatibilidade;
  • Realização do procedimento cirúrgico, feito quando há um coração disponível. Aqui, o órgão é removido do paciente do doador e conectado ao corpo do receptor. Todos os vasos e tecidos são “ligados” para garantir que tudo esteja funcionando;
  • Recuperação no pós-operatório, quando o paciente é transferido para uma unidade de terapia intensiva (UTI) para monitoramento;
  • Reabilitação e acompanhamento, que geralmente duram muitos meses, até que o paciente seja liberado. Nesse meio tempo, sinais de rejeição e a adaptação do indivíduo ao novo órgão são pontos de atenção máximos.

Quais são os riscos e complicações? 

Infelizmente, o transplante pode causar várias complicações. A maioria das mortes que ocorre após um transplante de coração acontece logo após a cirurgia ou devido a infecções.

1) Rejeição

Ao contrário do sangue transfundido, os órgãos transplantados, mesmo quando os tipos de tecidos são altamente compatíveis, são geralmente rejeitados, a menos que se tomem medidas para evitar a rejeição.

A rejeição ocorre a partir de um ataque do sistema imunológico do receptor ao órgão transplantado, que o sistema imunológico reconhece como corpo estranho. A rejeição pode ser leve e facilmente controlada ou grave, o que resulta na destruição do órgão transplantado.

Imunossupressores são medicamentos que bloqueiam ou retardam o sistema imunológico e precisam ser tomados para prevenir a rejeição de um coração transplantado.

Quando há rejeição, verifica-se, geralmente, fraqueza e um ritmo cardíaco rápido ou anormal. Quando há rejeição, o coração transplantado pode não funcionar bem, causando pressão arterial baixa e o acúmulo de fluídos nas pernas e às vezes no abdômen, resultando em inchaço, uma doença denominada por edema.

O fluido pode se acumular também nos pulmões, causando uma dificuldade respiratória. A rejeição, no entanto, é normalmente leve, sendo possível que nenhum sintoma se manifeste.  No entanto, o eletrocardiograma (ECG) pode detectar alterações na atividade elétrica do coração.

Quando o médico suspeita de rejeição, ele normalmente realiza uma biópsia. É introduzido um cateter em uma veia, através de uma incisão no pescoço, e conduzido até o coração. É usado um dispositivo localizado na extremidade do cateter para recolher uma pequena amostra de tecido do coração, que é analisada sob o microscópio.

Considerando que os efeitos da rejeição podem ser sérios, o médico também faz uma biópsia rotineira uma vez por ano, em busca de rejeição que ainda não tenha causado sintomas.

2) Aterosclerose relacionada a transplante

Aproximadamente um quarto dos indivíduos que receberam um transplante de coração desenvolvem aterosclerose nas artérias coronárias.

O tratamento inclui medicamentos para baixar os níveis de lipídios (gordura) no sangue e diltiazem (um medicamento capaz de prevenir o estreitamento dos vasos sanguíneos).

Transplante de órgãos: A chance de uma nova vida - Jornal Ibiá

Avise sua família que você é um doador ❤️

Quanto tempo dura o transplante de coração?

Uma das curiosidades sobre transplante de coração é que a cirurgia em si tem duração média de 4 a 6 horas, podendo durar mais ou menos, de acordo com a complexidade da operação.

No entanto, todo o processo, incluindo aa seleção do paciente até a recuperação total, pode levar meses e até anos para acontecer. Tudo vai depender da disponibilidade de um órgão compatível com o da pessoa que o espera. Por isso, quanto mais pessoas forem doadoras, maiores as chances de a espera ser menor.

Como é o pós-operatório?

Outra pergunta que pode surgir é: há relação entre transplante de coração e tempo de vida?

Seja na internação ou depois dela, o paciente é submetido frequentemente a exames diversos, tanto de imagem quanto laboratoriais. O objetivo é acompanhar a evolução do novo órgão e ver se a adaptação está sendo adequada.

É importante lembrar que, estamos falando de uma cirurgia altamente complexa, o que faz com que um tempo na UTI seja esperado. Na Unidade de Terapia Intensiva, o paciente é monitorado 24 horas por dia, com aferição constante dos sinais vitais e possibilidade de intervenção rápida, caso algo fora do esperado aconteça.

Mas, não se preocupe com isso. Os resultados têm sido muito bons, e as chances são de que o transplantado tenha uma vida completamente normal e muito saudável depois do procedimento.

No pós-operatório, o foco está em garantir a saúde do coração. Não é hora de pensar em possíveis adversidades, e sim de agradecer à nova chance, recebida a partir da doação do órgão.

Qualquer pessoa pode se submeter ao transplante de coração?

O transplante é indicado para pacientes que já passaram pelo tratamento de insuficiência e o médico avaliou que os resultados não foram satisfatórios, e após diagnosticar que o paciente possui um período de vida entre 6 meses e 2 anos. Nestes casos é feito o processo de avaliação para o paciente ser um possível receptor e entrar na fila para o transplante.

Quem pode doar o órgão para a realização do transplante?

A legislação brasileira não exige que um paciente registre em documentos ou cartórios a vontade de ser um doar órgãos. O mais importante, conforme o SNT, é que o potencial doador avise sua família e amigos.

Um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil é a negativa familiar, já que cerca de metade das famílias entrevistadas negam a autorização para a retirada de órgãos e transplantes do potencial doador.

São excluídos da modalidade de doadores pessoas que tenham doenças cardíacas e estados infecciosos atuais ou antigos como hepatite B, C e AIDS e outras patologias que considerem não estar passível de doação.

É de extrema importância a logística para que o doador esteja o mais próximo do receptor do órgão.

Caso você decida ser um doador, como a sua família saberá sobre a possibilidade da doação após a sua morte?

No momento oportuno, logo após a declaração de óbito, a sua família será informada quanto à possibilidade de realizar a doação dos seus órgãos e/ou tecidos.

Caso concordem, os familiares serão convidados a assinar os documentos necessários para a doação. Aqui no Brasil, a retirada de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar.

A vontade do doador declarada em vida precisa ser confirmada pela família. Caso, após sua morte, a sua família recuse a doação, os seus órgãos não serão retirados para transplante. Entretanto, em geral, quando a família tem conhecimento desse desejo, frequentemente autoriza a doação.

É possível saber para quem foi doado o órgão?

Por questões éticas, não se divulga para quem o órgão foi doado. Tanto o paciente transplantado como o doador devem permanecer no anonimato.

Quem tem prioridade no transplante de coração?

Os níveis de prioridade são divididos em três. O primeiro é quando uma pessoa já é transplantada e o órgão não funciona como esperado, considerado raros pelos especialistas. Já o segundo nível, é quando os pacientes recebem medicação para bombear o coração há mais de seis meses. Por último, o terceiro nível, é quando as pessoas estão internadas há menos de seis meses recebendo medicação.

Como funciona a fila de transplantes?

No Brasil, todos os transplantes de órgãos respeitam o SNT, sejam eles custeados pelo SUS, por planos de saúde ou pagos pelo paciente.

Segundo o cardiologista Lázaro Miranda, o paciente só entra na lista após ter seu estado de saúde avaliado pela equipe médica. Se ele e a família concordarem, o médico pode inseri-lo no SNT.

Cada estado ou região organiza a sua própria lista e todas são monitoradas pelo sistema e outros órgãos de controle federais. A fiscalização é feita para que nenhuma pessoa conste em duas listas diferentes e que nenhuma norma legal seja desrespeitada.

A fila funciona por ordem cronológica de inscrição, mas é balizada por outros fatores, como gravidade e compatibilidade sanguínea e genética entre doador e receptor.

Porém, no caso de transplantes cardíacos, têm prioridade os casos em que o paciente necessita de assistência circulatória, ou seja, precisa de equipamentos que cumpram a função do coração ou de suas partes para sobreviver.

Por que a fila de espera é tão grande?

A fila de espera para transplantes de coração no Brasil é de 386 pessoas atualmente, segundo a Central Nacional de Transplantes (CNT), ligado ao Sistema Nacional de Transplantes (STN).

No primeiro semestre de 2023, foram realizados 244 transplantes cardíacos realizados no país, número 16% superior ao do mesmo período do ano passado.

O Brasil conta com vários centros capacitados para a realização de transplantes cardíacos. O problema, no entanto, é a falta de doadores que acaba alongando a fila de espera.

Quais órgãos podem ser doados?

Em vida, um doador pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea.

Um doador falecido após morte encefálica que não tenha sofrido parada cardiorrespiratória pode doar coração, bem como pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões.

No caso de o doador ter morrido por parada cardiorrespiratória, será possível doar apenas tecidos para transplante, como córnea, vasos, pele, ossos e tendões.

Se doar um órgão, é possível ter problemas de saúde no futuro?

A ideia do transplante em vida, como a doação de órgão ou parte do órgão, pressupõe que o doador não tenha nenhum problema futuro. As avaliações pré-operatórias, a avaliação clínica e a técnica cirúrgica são empregadas com esse fim. No entanto, é preciso ter em mente, que todo o procedimento cirúrgico tem risco de complicações, ainda que seja um risco pequeno.

Transplante de coração

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É importante saber que,

A informação é sua maior aliada quando o assunto é cuidar da sua saúde. Por isso, não deixe de tirar todas as suas dúvidas e conversar com o seu cardiologista sobre qualquer ansiedade que você tenha.

Para homens a partir dos 45 anos e mulheres a partir dos 50, o acompanhamento deve ser anual, mesmo sem nenhum sintoma ou histórico de doenças cardiovasculares na família. Pessoas que praticam exercícios físicos ou esforço regularmente também devem fazer o acompanhamento para devidos ajustes.

 

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