Asma é uma doença comum das vias aéreas ou brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões) causada por inflamação das vias aéreas. É muito frequente, afetando aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Na vida de algumas delas, a condição possui menor impacto. Já para outras, a doença pode interferir nas atividades diárias. A asma causa os seguintes sintomas:
- Falta de ar ou dificuldade para respirar;
- Sensação de aperto no peito ou peito pesado;
- Chio ou chiado no peito;
- Tosse.
Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas. Os sintomas também variam bastante ao longo do tempo. Às vezes desaparecendo sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura.
Como confirmar o diagnóstico?
O diagnóstico da asma é feito pelo pneumologista ou clínico geral através da avaliação dos sintomas e pode ser confirmado através da auscultação pulmonar e da realização de exames complementares, como a espirometria e testes de bronco-provocação, onde o médico tenta desencadear uma crise de asma e oferece o remédio da asma, para verificar se após o seu uso os sintomas desaparecem.
Quais são os tipos de Asma?
- Asma alérgica: A asma alérgica (ou induzida por alergia) é um tipo frequente de asma que é desencadeada ou piorada por fatores alérgicos (poeira, ácaros, pelos de animais, cheiros fortes, pole e mofo especialmente). Correspondem a 90% dos quadros de asma em crianças e 60% em adultos.
- Asma Brônquica: É um sinônimo para asma. Trata-se da inflamação crônica dos brônquios com inchaço, estreitamento e dificuldade para a passagem do ar.
- Asma crônica: Outro sinônimo para asma ou asma brônquica. O termo asma crônica significa que a doença é de longa duração e seus momentos de piora são chamados de crises de asma ou crises de sibilância.
- Asma não alérgica: Mais frequente em adultos, ocorre em resposta a fatores externos como exercícios físicos, estresse, ansiedade, ar frio ou seco.
- Bronquite asmática: Bronquite e asma são doenças diferentes. A asma, como explicado acima, é um processo inflamatório das vias aéreas que pode ter origem alérgica ou não, mas que não tem um agente infeccioso envolvido. A bronquite é uma inflamação das vias aéreas, brônquios, por um processo infeccioso, ou seja viral e/ou bacteriano.A confusão se da porque os sinais e sintomas podem ser bem semelhantes e por isso se criou o termo bronquite asmática, que na verdade é uma bronquite, infecção dos brônquios, com sintomas semelhantes aos da asma.
Como é o dia a dia de uma pessoa asmática?
A maioria dos asmáticos pode ter uma vida normal, exatamente igual a de pessoas da mesma idade que são saudáveis e não têem asma. Além disso, a grande maioria dos asmáticos não precisa se privar de nada. Para tanto, basta apenas seguir algumas regras, como:
– Evitar o contato com poeiras, fumaças do cigarro, pelo de animais, mofo, pólens e poluentes;
– Usar diariamente a medicação controladora;
– Consultar periodicamente o médico.
A asma é igual em todas as pessoas?
A asma varia muito de pessoa para pessoa e num mesmo indivíduo. Tem épocas que pode ser muito leve e os sintomas desaparecerem e tem momentos em que pode piorar muito, necessitando atendimentos de emergência e até mesmo internação. As crises de asma também podem variar, umas sendo mais fortes do que as outras.
Quais são as recomendações?
- Não fume. Numa família de asmáticos ninguém deve fumar. Evite o contato com fumaça e com fumantes;
- Todos os membros de uma família de asmáticos precisam ser orientados a respeito das características da doença e das crises. A informação correta ajuda a reduzir os mitos que cercam a doença e os doentes;
- Identifique os sintomas iniciais das crises e tome as medidas necessárias para que não se tornem graves;
- Submeta-se a testes de pele para identificar possíveis alergias a alguma substância específica;
- Evite apanhar resfriados e gripes;
- Fumaças, gases, cheiros de tinta, de produtos de limpeza ou de higiene pessoal e perfumes podem ser prejudiciais aos asmáticos. Fuja deles;
- Evite mudanças abruptas de temperatura;
- Exercite-se moderadamente todos os dias. Não cometa excessos. A asma não deve limitar a vida ou a atividade física de ninguém. Caminhar, nadar e pedalar são atividades muito saudáveis.
A asma tem cura?
A asma não tem cura.
Mesmo se você não tiver nenhum sintoma, a asma está presente. Embora não exista cura, existem tratamentos que melhoram muito os sintomas da asma e proporcionam o controle da doença. Assim, asmáticos tratados podem ter uma qualidade de vida igual a de qualquer pessoa saudável.
O que fazer em uma crise de asma?
Todo asmático deve ter acompanhamento regular do seu médico, que fornecerá as orientações sobre o tratamento contínuo e o manejo das crises. Além dessa prescrição, a conversa sobre a melhora esperada após as medicações de resgate da crise e sobre o momento para ir a um pronto atendimento de urgência é de suma importância.
Caso seja sua primeira manifestação, ou de alguém sob seus cuidados, recomenda-se procurar atendimento hospitalar sem demora.
A asma é contagiosa?
A asma não é uma doença contagiosa, ou seja, não é possível uma pessoa transmitir para outra. A condição tem ligação com a genética familiar, alterações climáticas, alergias e entre outras.
Como é realizado o tratamento?
Antes de falar sobre tratamento, é importante lembrar que a asma é uma doença variável. Ou seja, a asma varia de asmático para asmático, e varia também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. Por isso, o tratamento deve ser individualizado, isto é, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro. Ou um mesmo tratamento pode ter sua dose modificada conforme a necessidade.
A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação:
(1) medicação chamada controladora ou de manutenção que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma e, (2) medicação de alívio ou de resgate que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma.
As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios. As principais medicações controladoras são os corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada.
As medicações controladoras diminuem o risco de crises de asma e evitam a perda futura da capacidade respiratória. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.
O que fazer quando um bebê começa a ter crise de asma?
No caso dos bebês, a crise de asma pode ser identificada por meio de outros sintomas como dedos e lábios roxos, respiração mais rápida que o normal, cansaço excessivo, sonolência, tosse constante e dificuldade para comer.
Quando o bebê apresenta estes sintomas os pais podem encostar o ouvido no peito ou nas costas do bebê para verificar se ouvem algum ruído, que pode ser semelhante à respiração dos gatos, e então informar ao pediatra para que possa ser feito o diagnóstico e o tratamento adequado seja indicado.
Sou gestante, devo parar com as minhas medicações para asma?
A gestante não deve parar as medicações nem ter receio de iniciar o uso de medicamentos para a asma. Em alguns casos, eles serão essenciais para permitir que a mãe respire melhor e forneça oxigênio adequadamente ao feto. O bebê cresce na barriga da mãe utilizando apenas parte do oxigênio que a mãe respira. Dessa forma, a falta de ar materna pode ser muito prejudicial ao bebê, e muito pior do que o efeito dos remédios usados para evitar ou controlar a doença.
O que são as “bombinhas”?
Bombinha é a maneira que as pessoas chamam todas as medicações inalatórias usadas no tratamento da asma. Esse nome vem dos primeiros dispositivos que surgiram e ainda existem. Na verdade, bombinha quer dizer o recipiente que é utilizado para armazenar os diferentes tipos de remédios, como broncodilatadores e corticóides inalatórios.
Hoje existem dispositivos com medicação na forma líquida (aerossol) e em pó. Uma mesma substância pode vir sob aerossol ou sob pó. Os médicos preferem usar o termo dispositivo porque retira a ideia de que o remédio é ruim (bomba). Também faz o paciente entender melhor que dispositivo é a maneira como o medicamento será aplicado, tipo comprimido ou supositório. Dentro dele pode vir qualquer tipo de tratamento para a asma.
As bombinhas viciam?
Não. Essa idealização é a mais comum entre asmáticos, mas é impossível.
Imagine uma pessoa com meningite e febre de 40 graus centígrados. A pessoa usa um remédio para baixar a febre, como dipirona ou paracetamol. Depois de algumas horas, a febre volta a subir e o paciente usa outra vez o antitérmico. Se ele não for ao médico para tratar a meningite com antibióticos, ficará usando remédios para baixar a febre muitas vezes ao dia. Isso significa que ficou viciado em dipirona ou paracetamol? Não. Significa que usou um remédio que nunca serviu para tratar meningite. Só para melhorar a febre.
O mesmo ocorre com os dispositivos que têm broncodilatadores de curta ação também chamados de medicação de resgate. O paciente ao invés de tratar a asma, fica usando apenas uma substância para aliviar a falta de ar. Como usa muitas vezes, parece que está viciado.
Além disso, o tratamento da asma deve ser contínuo, pois quando se para com o tratamento, a asma volta. tratamento com medicações controladoras da asma também é inalado. Esses remédios não curam a asma mas controlam muito bem, assim como hipertensão arterial e diabetes.
Recomendações
A obediência às recomendações médicas é essencial em momentos de crise. Intensificar a medicação para o alívio dos sintomas, tratar processos infecciosos associados e outras enfermidades, como sinusite ou pneumonia, são atitudes importantes. É importante lembrar que, se as medicações disponíveis orientadas pelo médico não forem suficientes, o ideal é procurar um atendimento de urgência.